23/06/10

RIGOR ORÇAMENTAL OU GASTOS SEM CONTA NEM MEDIDA?

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Trabalhos vs divida



Pretendendo que este fórum seja uma porta aberta para discussão, apresento uma questão, sobre a qual fui interpelado por um Olivalense:

 "Se fosse Presidente da Junta, e lhe fossem propostos trabalhos para a Freguesia, fora do orçamento e do plano anual de investimentos, sem saber quando ou se alguma vez iriam ser pagos, recusaria a sua execução ou simplesmente aceitaria, mesmo sabendo que a divida cresceria desmesuradamente?"

Gostaria que se imaginassem no papel do Presidente da Junta do Olival e nos dessem a vossa opinião... construtiva, claro!

Pedro Oliveira

11 comentários:

  1. Bem, a unica solução que vejo é esperar uns anos porque pelos vistos há um certo buraco para tapar (embora ninguem pareça interessado nisso).

    Na minha opinião estar a gastar dinheiro tendo uma dívida de 400.000 euros é estar a passar de novo a batata quente da junta desgovernada ao próximo administrativo.

    Tem que ser feito um esforço agora para um dia sermos uma vila em condições.

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  2. Boas..
    Bom tópico... Na minha opinião, isto pode originar diferentes opiniões. Se fosse Presidente, com um buraco financeiro como existe actualmente e surgisse um projecto aliciante no qual compensa-se o risco da despesa e ajuda-se depois a diminuir a despesa actual talvez avançaria com o projecto, ou seja, se num ano ou dois a nossa despesa aumenta-se devido ao projecto mas se nos próximos anos ganha-se mais dobro do investimento claro que avançava.

    O problema destes projectos são sempre os mesmos: inicialmente orçamento barato, inúmeras vantagens muito lucro ao final de pouco tempo, ajuda financeira da Câmara etc.... Mas no final do projecto feito, nem ajuda da Câmara, nem lucro e dobro do orçamento.

    Para isso e preciso garantias certas, pápeis assinados, pedir ajuda a consultores e a gestores.. SIM essas pessoas estudam e trabalham para resolver estes tipos de problemas. Caso estes requisitos não são respeitados não avançaria.

    No caso se eu fosse de acordo com um projecto enorme a nível cultural e financeiro mas a restante assembleia fosse contra, eu próprio colocava a minha demissão do cargo de presidente...

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  3. Em relação a esta questão muito pertinente, aliás, gostaria de dizer que há muita coisa que o executivo pode fazer pelo Olival, mesmo tendo este endividamento monstruoso.

    Certamente não será fazer touradas!

    Em vez "encarnar" uma comissão de festas, se for informar-se de forma séria e responsável sobre apoios a que se possam candidatar, seria um excelente trabalho que se enquadra perfeitamente nas suas funções.

    Ainda hoje ouvi falar sobre um que saiu há pouco tempo e que contempla empresários e particulares que façam trabalho artesanal. Porque não?

    Promover o Olival passa por este tipo de acções.

    É claro que o dinheiro é um mal necessário mas, não havendo, vamos puxar pela imaginação porque afinal diz o povo: a necessidade aguça o engenho!

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  4. vejo muita retórica por aqui! a maior parte das pessoas aceitaria simplesmente! Pagar, terá que se pagar e alguém terá que pagar! onde é que se viu o estado a penhorar o estado?
    Estamos num estado de oportunidades e quem apanha o comboio está nele, os outros ficam no apeadeiro.

    Passem bem e boa tarde.

    O bazuca

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  5. Em primeiro lugar, vou “descer à terra” para tentar clarificar a questão que me é posta. Se alguém propuser trabalhos (beneficiações, entenda-se) para a Freguesia, esse alguém só pode ser um: Câmara Municipal.
    Na qualidade de Presidente e no que diz respeito aos investimentos na Freguesia (e é disto que se trata), assumiria sempre a seguinte postura:
    Obras da minha responsabilidade (e elas estão tipificadas na lei) . Nunca assumiria a atitude do rico com bolso de pobre. Neste capítulo a vontade da população, que os eleitos da Assembleia de Freguesia representam, seria respeitada escrupulosamente, cumprindo o orçamento e o plano de investimentos, documentos aprovados anualmente. Em suma, não gastaria além das reais possibilidades da Freguesia. De resto é o que fazem as pessoas de bom senso nas suas vidas e em suas casas.
    As outras obras da responsabilidade da Câmara (as tais obras propostas) seriam sempre bem vindas e aceites, com uma única exigência da minha parte: Formalização da delegação de competências da Câmara na Junta e respectivo protocolo ( onde constariam as condições e as verbas a receber pela Junta, com vista ao pagamento da obra). Esta seria a garantia de que a obra teria sempre cobertura financeira e nunca poderia constituir uma dívida da Junta. Uma vez na posse do documento da delegação de competências e respectivos protocolos submetê-los-ia à aprovação da população (através da Assembleia de Freguesia), como a lei obriga, e dar-lhe-ia execução, introduzindo esta(s) obra(s) no orçamento e plano de investimentos, através de uma revisão destes mesmos documentos.
    Perante isto, é fácil concluir que eu, presidente da Junta, nunca admitiria hipotecar moral e financeiramente a Freguesia, aceitando uma situação que constituiria sempre um presente envenenado. Situação que nunca serviria os interesses da Freguesia, mas serviria os desígnios de alguém … os eleitorais, quem sabe, e outros.

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  6. Tenho muito prazer em fornecer à Bazuca um excerto da notícia publicada no Diário de Notícias

    Diário de Notícias

    Junta de Freguesia de Fajões penhorada por dívidas a empreiteiro
    2010-01-20


    “A Junta de Freguesia de Fajões, concelho de Oliveira de Azeméis, tem os seus recursos financeiros penhorados devido a uma dívida de 95 mil euros a uma empresa de construção civil.
    O valor da penhora já inclui cerca de 30 mil euros em juros de mora porque em causa estão diversas obras de pavimentação e asfaltamento realizadas na freguesia em 2005, pela empresa Silva Brandão e Filhos.
    O presidente da Junta então em funções, Luís Oliveira, diz que o atraso no pagamento é culpa da Câmara, que se comprometeu verbalmente a financiar as obras e não cumpriu; o actual Executivo da Junta atribui ao "desleixo" dos seus antecessores a "situação complicada em que a freguesia fica agora", porque, "sem documentos, a Câmara não paga nada".
    João Paiva é o actual tesoureiro da Junta e, face à indisponibilidade do presidente para declarações à Lusa, explica: "Quando entrámos em funções, não tínhamos dinheiro em caixa nem no banco. Agora que nos penhoraram o Fundo de Financiamento das Freguesias, estamos ainda mais limitados e condicionados".

    E concluo: Retórica, retórica (e da má) é o que a Bazuca expressa nas três linhas acima. De facto, é mesmo material de carregar pela boca ... não se tratasse de uma bazuca ... material bélico obsoleto e ultrapassado. Há comboios e comboios. Há o comboio da desonestidade e da falcatrua (a sua retórica só tem lugar neste) e o comboio da honestidade e do progresso. Eu embarco neste.

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  7. Caros Moianos, contra-moianos e extra-moianos,

    Li, reflecti sobre o assunto e concluí:

    Não entendo de politica, nem de economia a nível micro ou macro, nem no que respeita a uma freguesia. Não entendo os seus meandros e e regras... Mas penso que todos estes contextos podem ser equiparáveis a uma economia doméstica, salvo as devidas proporções.

    EU aceito que na vida é necessário correr alguns riscos, mesmo na esfera finaceira, mas... um risco calculado, para não deitar tudo a perder, presente e futuro. Acho que não devemos ceder à tentação do crédito fácil que hoje tanto se apregoa e nos alicia. Já vimos o que nos pode custar viver com "vida de rico e bolso de pobre". Temos vivido assim e estamos a pagá-lo bem caro. O crédito que nos prometeram ser a solução de todos os nossos problemas transformou-se numa armadilha eficiente!

    Por esse motivo, o crédito não deverá ser a primeira opção das nossas vidas...Porque um dia tem de ser pago e se agora não temos suficiente para o pagar, quem nos garante que teremos possibilidade de o fazer no futuro? E o crédito paga-se bem caro, o dinheiro tem preço, os bancos têm de ganhar o seu... por isso, o crédito só deve ser usado em situações em que, depois de estudar o assunto, existam bastantes probalidades de se conseguir um retorno no prazo estipulado e em projectos relacionados com necessidades básicas e elementares, nunca para touradas e afins!

    Resumindo, se eu fosse presidente, só aceitaria despesas sem ter dinheiro se soubesse onde o poderia ir buscar, por muito vantajoso que o projecto pudesse ser para a terra.

    Viver a crédito é hipotecar o futuro. Nós temos o pais hipotecado... como vamos sair deste buraco? Trabalhando e lutando por um país mais justo (porque para mim falta muito para o ser) e vivendo com o que temos, neste momento. Resumindo, nunca dar o passo maior que a passada...
    o desafinado

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  8. O DESATINADO deseja acrescentar as palavras de Eduardo Prado Coelho para explicar porque estamos como estamos. O uso que se faz do dinheiro é apenas só um dos exemplos deste portuguesismo pequeno e medíocre que se quer fazer passar por rico.

    Eduardo Prado Coelho, antes de falecer, teve a lucidez de nos deixar
    esta reflexão, sobre nós todos, por isso façam uma leitura atenta.

    ATREVE-TE A LER, OUSA REFLECTIR, SE TIVERES CORAGEM:


    "Precisa-se de matéria prima para construir um País
    A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia,

    bem como Cavaco, Durão e Guterres.

    Agora dizemos que Sócrates não serve.

    E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada.

    Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão

    que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates.

    O problema está em nós. Nós como povo.

    Nós como matéria prima de um país.

    Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda

    sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro.

    Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude

    mais apreciada do que formar uma família

    baseada em valores e respeito aos demais.

    Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais

    poderão ser vendidos como em outros países, isto é,

    pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal

    E SE TIRA UM SÓ JORNAL,
    DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.

    Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares

    dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa,
    como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil

    para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos.

    Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque
    conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo,

    onde se fraude a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.
    continua....

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  9. continuação:

    Pertenço a um país:

    -Onde a falta de pontualidade é um hábito;

    -Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano.

    -Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois,

    reclamam do governo por não limpar os esgotos.

    -Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.

    -Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que

    é 'muito chato ter que ler') e não há consciência nem memória
    política, histórica nem económica.

    -Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis

    que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média

    e beneficiar alguns.

    Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas
    podem ser 'compradas', sem se fazer qualquer exame.

    -Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços,

    ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada

    finge que dorme para não lhe dar o lugar.

    CONTINUA....

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  10. CONTINUAÇÃO

    -Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro

    e não para o peão.

    -Um país onde fazemos muitas coisas erradas,

    mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.

    Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates,

    melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem

    corrompi um guarda de trânsito para não ser multado.

    Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português,

    apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim,

    o que me ajudou a pagar algumas dívidas.

    Não. Não. Não. Já basta.

    Como 'matéria prima' de um país, temos muitas coisas boas,

    mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso país precisa.

    Esses defeitos, essa 'CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA' congénita,

    essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui

    até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana,

    mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates,

    é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós,
    ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...

    Fico triste.

    Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje,

    o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma matéria prima
    defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.

    E não poderá fazer nada...

    Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor,

    mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a

    erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.

    Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco,

    nem serve Sócrates e nem servirá o que vier.

    Qual é a alternativa ?

    Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei

    com a força e por meio do terror ?

    Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa 'outra coisa' não comece

    a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados,

    ou como queiram, seguiremos igualmente condenados,

    igualmente estancados... igualmente abusados !

    É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa

    a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento
    como Nação, então tudo muda...

    Não esperemos acender uma vela a todos os santos,

    a ver se nos mandam um messias.

    Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses

    nada poderá fazer.

    Está muito claro... Somos nós que temos que mudar.

    Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:

    Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e,
    francamente, somos tolerantes com o fracasso.

    É a indústria da desculpa e da estupidez.

    Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável,

    não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir)
    que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco,

    de desentendido.

    Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI
    QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.

    AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.

    E você, o que pensa ?... MEDITE !


    Eduardo Prado Coelho - in Público November 26th, 2008

    O DESATINADO

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  11. O Básico acha que o desafinado tem razão.

    Comprar sem ter dinheiro pode resolver os problemas do momento, mas pagar-se-Á, SE FOR POSSÍVEL, COM JUROS NO FUTURO.

    Não é assim que vamos lá!
    Temos de aprender com quem sabe. Na Irlanda, tão atrasada até há pouco tempo, assim que declarou crise tomaram-se medidas radicais: viver com o que se tinha, não há dinheiro não se compra nem se faz.Mas apoia-se quem trabalha. A lei serve os cidadãos e não os cidadãos a lei. Normas de higiene e de fiscalização qb, de forma que não impeçam quem quer trabalhar e produzir. A policia não incomoda os veículos de empresas em hora de expediente... a regras de segurança no trabalho são sagradas para não sobrecarregar a sociedade, etc, etc,etc...
    Percebe-se qual é a estratégia da Irlanda para sair da crise: proteger quem quer produzir e não gastar o que não se tem. É simples... porque não se faz cá o mesmo?
    o básico

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